- Olá, Ana!
- Oi doutor, Carlos.
- Quanto tempo, não?
- Faz um tempinho sim.
- Satisfação em vê-la.
- Queria poder dizer o mesmo.
- Entendo.
- Não. Não é nada contigo, não.
- Tá tudo bem, Ana.
- É que gostar de ver médico é esquisito.
- Sim, sim. (risos)
- Ao menos eu acho.
- Não é só você, não.
- Que bom! (sorri)
- Pois é. (não sorri)
- Quer dizer, não deve ser assim tão bom pra você, mas...
- E então, o que lhe traz aqui novamente?
- A gente precisa falar mesmo disso, né?
- Seria bom.
- Hummm.
- E então?
- É o Mauro outra vez.
- O que tem ele?
- Doutor, meu marido mal olha pra mim!
- Ana, se acalme.
- Desculpe.
- Tudo bem.
- Eu não queria ter levantado a voz.
- Tá ok. Mas vocês discutiram?
- E mesmo que tivessemos não seria motivo. Ele mal me olha...
Com ar compadecido aguarda Ana retomar a fala:
- ... nunca mais me procurou pra...você sabe.
- Sexo?
- Sexo.
- Mas e você demonstra interesse?
- Ah! Mais ou menos. Gosto quando ele se mostra querendo, sabe...
- Sim.
- Não que seja um problema problemão. Afinal, a gente passou por cada barra...
- É, eu sei bem.
- Mas mulher também precisa dessas coisas. E mesmo não sendo um problema desses problemão, não deixa de ser um, entende?
- Problema ou problemão?
- Carlos, eu desconfio que o Mauro tenha outro!
- O Mauro com outro?
- Pshhhhiu. Fala baixo. O que o povo aí de fora vai pensar.
- Tá, tá. Mas o que você está me contanto parece tão...
- Nem me fala.
- E ele desconfia que você desconfia disso? (atrapalha-se com o bloco de anotações enquanto balança a perna esquerda, morde a ponta do lápis e arruma os óculos)
- Não sei responder. Mas ele tem chegado em casa muito tarde. Normalmente quando já tô dormindo. E além de tudo, sempre se diz cansado. Não temos nem mais fim de semana.
- Mas e ... Ana, você conhece esse outro? (engole seco)
- Acho que é Relações Públicas. Não tenho bem certeza.
- Como assim? Ele tá saindo com um Relações Públicas? (Pergunta sobressaltado)
- Deus o livre! Ele já é publicitário, arrumou emprego de RP, se virar gay aí sim que não saiu tão logo dessa maré desgraçada. Isola, doutor. Isola.
nossa to adorando acompanhar teu blog!!
ResponderExcluir1000....!!!
(sera que ele esta tendo um caso com o medico...)
bjim
becca
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk pobre ana!
ResponderExcluirEh... Depois disto estou chegando a conclusão que pior que ser traído, é ser traído por alguém do sexo oposto... rs...
ResponderExcluirE o pior, pelo que transparece, é que a Ana não vai nem poder se enrolar com o médico, né?
ResponderExcluirabs do nil
Eu acho que Ana deve sofrer de algum distúrbio. Além de fazer que o marido mude de time, ainda deixa o médico suando frio. Hehehehehehe...
ResponderExcluirIsso contado numa roda de amigos, seria exatamente desse jeito. A mulher que seria a errada.
Mas, que o mundo tá perdido. Isso está. :)
Beijos, cronista!!! :******
Há uma graça e genialidade intrigante neste texto.
ResponderExcluirOs diálogos, sempre presentes, dão um ar dramático.
Me leva a ainda acreditar na arquitrama, na narrativa linear.
HUSahuASHuHS, posso até estar tendo um pensamento horrível, mas pra mim esse Dr tá comendo o marido da Ana...hsuahsuhaus
ResponderExcluirSó isso justificaria todo esse nervosismo...=P
Credo, eu tenho uma mente que só eu mesma...haaushuahsuhaus
Adorei esse post! Bjokas
Ana my dear...
ResponderExcluirPega o médico!!!!!!
rss
eu tb achei que era o médico. mas enfim, a verdade nem a autora sabe.
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