Palavras não são necessárias para amar. Mas vá lá: o amor passa a ter mais graça quando dito, sussurrado, declamado. Mesmo que seja através das palavras declaradas pelo corpo.
Assim é com a vida. Na necessidade de explicar o que sente e pensa, o homem criou as palavras. E até quando se recusa a pensar, sente necessidade de se explicar: - querida, foi mais forte do que eu.
Palavras inventadas para acompanhar a melodia, saídas da boca deslizando pela língua, passando apressadas a atropelar os dentes. Palavras são mais perigosas na boca do banguela, que não trava batalha alguma com molares, caninos e incisivos para dizer o que diz.
Palavras que resmungam e teorizam o caos. Que fecham acordo, pedem concessão, dão um tempo, aclamam por paz. Palavras para a revolución! I have a dream, ele disse. Give peace a chance, o outro concordou.
Palavras arrependidas de terem atravessado a boca. Existe palavra até para marcar o tempo. São duas horas. Faz cinco anos. Quero você para toda a vida.
O mantra do silêncio foi interferido pela palavra. Ohm e em breve você alcançará o nirvana. Eu disse interFERIDO, percebeu?
Palavra escrita, construída no traço. Marcada com asterisco, seu vestido de festa rodado para que seja notada. Palavras que rezam e que mantemos guardadas com a gente. Palavras capazes de confessar data, hora e local do crime num quase-sopro de amém. Palavras que o vento leva embora para sempre. Às cambalhotas, arrastadas, arrasadas. Tem sempre quem proclame “eu sinto muito” quando é chegado o fim.
[
Palavras esparramadas que ninguém junta mais. Atrapalhadas pela pressa de acontecerem. Made in China, in Brasil. Palavras para dispersar a dor do desespero no melhor estilo terapia auto-ajuda.
Palavras que preenchem o vazio e se calam quando o silêncio pede, enfim, sua vez de falar.
Assim é com a vida. Na necessidade de explicar o que sente e pensa, o homem criou as palavras. E até quando se recusa a pensar, sente necessidade de se explicar: - querida, foi mais forte do que eu.
Palavras inventadas para acompanhar a melodia, saídas da boca deslizando pela língua, passando apressadas a atropelar os dentes. Palavras são mais perigosas na boca do banguela, que não trava batalha alguma com molares, caninos e incisivos para dizer o que diz.
Palavras que resmungam e teorizam o caos. Que fecham acordo, pedem concessão, dão um tempo, aclamam por paz. Palavras para a revolución! I have a dream, ele disse. Give peace a chance, o outro concordou.
Palavras arrependidas de terem atravessado a boca. Existe palavra até para marcar o tempo. São duas horas. Faz cinco anos. Quero você para toda a vida.
O mantra do silêncio foi interferido pela palavra. Ohm e em breve você alcançará o nirvana. Eu disse interFERIDO, percebeu?
Palavra escrita, construída no traço. Marcada com asterisco, seu vestido de festa rodado para que seja notada. Palavras que rezam e que mantemos guardadas com a gente. Palavras capazes de confessar data, hora e local do crime num quase-sopro de amém. Palavras que o vento leva embora para sempre. Às cambalhotas, arrastadas, arrasadas. Tem sempre quem proclame “eu sinto muito” quando é chegado o fim.
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Palavras esparramadas que ninguém junta mais. Atrapalhadas pela pressa de acontecerem. Made in China, in Brasil. Palavras para dispersar a dor do desespero no melhor estilo terapia auto-ajuda.
Palavras que preenchem o vazio e se calam quando o silêncio pede, enfim, sua vez de falar.
Só mesmo o silêncio cala as palavras. E com maestria.
ResponderExcluirJá falei que adoro seus textos, né? Pois!
Beijoca.
lindo texto!!!!
ResponderExcluirbjs
manter-se quieto é uma arte! e uma arte inteligente...
ResponderExcluirbeijo minha amiga!
Que jóia o texto Gabi, gostei muito, do ritmo e das palavras :).
ResponderExcluirMe fez pensar que, no amor, as palavras se embaralham como se fossem um jogo.
Abraçãoão
Palavras são muito importantes! engana-se quem sempre prefere se calar só pq não sabe como proferi-las.
ResponderExcluirdeixa eu dizer que ficou foda? ficou.
ResponderExcluiro silencio, qto misterio!
ResponderExcluirSuas palavras encantam e fazem pensar. Gosto muito do que você escreve!
ResponderExcluirTexto nota 10 !!!!
ResponderExcluirparabéns !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Demais a crônica!
ResponderExcluirO silêncio fala mesmo, tem horas que até incomoda de tanto falar, sem ser traduzido em palavras...
A tua ex-professora (Paula Taitelbaum) escreveu: "pior que uma voz que cala, é um silêncio que fala".
=)
Beijos