Depois da transa:
- Uau Bia, demais! Tu é realmente muito boa nisso... Ai ai...
- Pra mim também foi incrível, Beto. Sempre bom estar contigo...
- Ei... o que foi? Que cara é essa? Vem cá!
- Não, espera... Eu tenho uma coisa pra te contar.
- Ih... quando mulher prepara o terreno, aí tem. Fala, o que foi?
- Beto, eu e o Mário...
- Tu e o Mário...
- Nós vamos casar!
- Tu casando, Bia? Faz-me rir. E ainda por cima com o Mário? Conta outra, vai!
- Tô falando sério.
- Eu também!
- Quer fazer o favor de não rir?
- Tá, desculpa. Mas é que sei lá, tu sempre veio com aquele discurso de que detestava casamento, que não se imagina no papel de esposa, que sexo vira obrigação e perde toda a graça.
- É...
- Então!
- As pessoas mudam...
- E como!
- Eu e o Mário estamos juntos faz um bom tempo...
- O tempo de alguns meses... Teu recorde em namoro, aliás!
(silêncio)
- E quando foi que vocês decidiram isso?
- O Mário chegou hoje lá em casa com flores e...
- E?
- Alianças.
- E pelo jeito tu aceitou mesmo...
- Sim.
- Porra, Bia! Vocês ficaram noivos hoje?
- Foi.
- Que ótimo! E pra que merda tu me ligou? Queria experimentar como é trair o noivinho? Trepar com outro enquanto ainda não tá casada?
- Não fala assim...
- Ora, não fala assim. O cara te pediu em casamento hoje e tu me procurou pra quê?
- Queria te ver...
- “Queria te ver, queria te ver...”
- É sério! Eu fiquei com medo... Foi tudo tão rápido.
- Ah, claro! E me puxou pro meio da história.
- Tu já tá no meio da história faz tempo, Beto.
- É. Literalmente no meio da história. O que por um lado é ótimo, confesso. Mas não vem ao caso agora.
- ...
- Bia! Fala sério. Por que tu me procurou? Aliás, por que é que tu tá me falando tudo isso?
- Eu já disse. Fiquei com medo, confusa e queria te ver.
- Tu ficou noiva do Mário hoje... Hoje! Aliás, até já tirou a aliança pelo visto. Vê se não acostuma, hein!
- Ah, claro. Agora tu vem querer me dizer o que é certo? Me poupe, Roberto! A gente tem saído direto.
O fato de o Mário ser teu amigo nun-ca impediu nada: nunca! Então não me venha com hipocrisia e falso moralismo.
- Mas que não é certo, não é.
- E o que é certo, Beto? Dar em cima da mulher do próprio amigo?
- Tá... É... não.. Sei lá, pô! Também não é assim.
- Como não? E como é, então? Vai, me fala!
- Eu não te obriguei a nada, Bia.
- Mas tu era amigo dele antes de eu ser a namorada.
- hahaha. Não vai querer discutir quem colocou mais chifre na cabeça do teu namorado? Digo, futuro esposo.
- Para com isso...
- É bom mesmo...
(silêncio)
- Tá, mas e a gente como fica?
- Foi por isso que te contei, Beto. A gente não fica.
- Hmmm.
- Eu concordo em continuar saindo contigo, mas depois de casar é demais pra mim.
- Ok. E eu tenho alguma escolha?
- Tu sempre teve, Beto. Sempre teve...
- Me responde: Por que o Mário?
- Sei lá... Aconteceu! Até hoje ele foi o cara mais bacana de todos que conheci.
- Valeu!
- É sério. Eu tenho a sensação de que nenhum outro cara vai me amar mais do que ele ama. E além de tudo, ele me respeita, não mede esforços pra que eu fique bem.
- Bem, tu começou a frase com “sei lá”. Então não tem certeza.
- Não tem como antecipar. Nada é certo nesse mundo...
- Talvez.
- Viu? Nem tu soube responder.
- Pois é.
- Mas no meio de certezas e incertezas, são essas coisas que importam.
- E o que tu sente, não importa, Bia?
- Tu se importa com o que eu sinto, Beto?
- Lógico!
- Então, por favor, não me pergunte mais sobre isso...
- Por quê?
- Tu sabe o que eu sinto! E sabe como eu sinto. Não quero ter que tocar nesse assunto outra vez.
- Não quer mesmo?
- Não faz nenhuma diferença pra ti.
- Não estarmos juntos não significa que eu não me importe.
- Você nunca se importou. Olha só pra gente agora!
- O que tem?
- Eu continuo aqui. No teu quarto, na tua cama e contigo.
- E nua!
- Sim. E nua!
- Mas não seja por isso: cama, Bia, Bia, cama. Pronto, agora vocês já são íntimas.
- Sério, Beto!
- Tá bom... Mas e o que tem?
- Eu vou casar com o teu amigo e ainda tô aqui contigo! Por que não me mandou embora? Por que tu nunca disse que, terminantemente, não me amava? Que eu sou uma louca, que não tenho juízo, que sou insensível e egoísta. Por quê?
- Sinal de que eu me importo, Bia.
- Mas Beto, eu te amo!
- Tu disse que não queria voltar a tocar no assunto...
- É, eu sei.
- Então.
- Eu precisava ter certeza de que iria dizer, mais uma vez, isso em vão. Que não iria ouvir resposta alguma. Só o silêncio. Eu, tu e o silêncio! Lembrar que sou uma tonta em achar que pudesse fazer tu se apaixonar apenas com sexo.
- Não fala assim.
- Ah, não?
- Vem aqui... Tu sabe que eu te adoro!
- Não. Eu não sei de mais nada.
- Sabe sim, vem cá...
- Para, Beto!
- Quer que eu pare mesmo, é?
- Beto!
- Hmmm...
- Hmmm...
- Vai casar quando?
- Ainda... hmmm... não tem...hummm... data...
- Ótimo... Então... hmmm... ainda temos... hummm... bastante... hmmm... tempo!
opa so passei q tem um selo com o nome do seu blog p/ vc
ResponderExcluirhttp://sonabrisa.nomemix.com/
aproveite e comente algumas postagens
abraço!!!
xD
hHAahahha...
ResponderExcluiradorei o diálogo, ficou muito bem bolado.
ai, ai esses casos e acasos da vida.
;D
bjos.
Então ela vai se casar.
ResponderExcluiro Beto deve estar pensando que vai ficar pra escanteio mesmo! Vai virar amante!
iiii
Que 'droga' ler essa história...
ResponderExcluirA minha não termina assim, tão 'quente'.
A duvida: esperar ou 'pegar' o primeiro que aparece?
Adoro tuas crônicas... =)
ResponderExcluirE aproveitando, tem um meme pra ti no blog. Quando tiver um tempinho, passá lá!
Abraços!
xDD
ResponderExcluirAdorei o texto!!
O final totalmente inesperado se encaixa com a realidade de muitas pessoas xD
Beijos
denada, visite sempre o meu qdo puder, e se quiser entrar na lista para ter seu blog publicado como post no blog INDICOESSEBLOG, você me avise. Nunca é demais divulgar seu trabalho como cronista.
ResponderExcluirAqui: Indicoesseblog
Bah, coitado do mário.
ResponderExcluirAFINAL um blog legal de ler! Criativo, inteligente...divertido e com uma pitada (um balde, na verdade!) de veracidade! Vou voltar mais vezes, então me reserva aquela mesinha ali no fundo perto da janela, ok? abraços
ResponderExcluirAhh, um monte de (re)considerações... =D
ResponderExcluir1. A mulher que muda repentinamente de humor depois de uma transa ou tem transtorno bipolar, ou não gostou da atuação do parceiro, ou não gostou da atuação dela própria, ou não teve tempo para atuar por que o parceiro era precoce, ou se arrependeu ou, claro, todas as anteriores. :)
2. Mário é um nome extremamente sugestivo para ser citado numa história de sexo (Quê Mário?)
3. O homem riu por que pensou na piada do Mário.
4. O homem fez joguinho: uma seqüência forjada de falas para dar a impressão de que achou ruim de ser apenas o amante.
5. "Ah, claro. E me puxou pro meio da história." Exemplo de frase forjada! Ele está se metendo na história.
6. "Eu já disse. Fiquei com medo, confusa e queria te ver." Quando vocês não estão?! :)
7. "Não quero ter que tocar nesse assunto outra vez." Significa: "É claaaro que eu quero tocar nesse assunto outra vez."
8. Que post sensacional! ;)
kkkk! Perfeito, é desse jeito mesmo rs
ResponderExcluirficou ótimo isso de contar a história com um diálogo!!!!
ResponderExcluir=D
Parabéns!!!
Fiquei muito satisfeito por perder o seu blog, agradeço muito o momento que passei para ler o seu blog.
ResponderExcluirUm afetuoso abraço.
mhuahuahauhauah
ResponderExcluirRindo muuito tanto do post quanto do comment do Scussel. Adoro os comentários dele.
Sim, eu também pensei de cara na piado do Mário (Que Mário?)
E que bichinha sem vergonha, viu? Se aproveita da gentileza do Mário e se esbalda na cama do Beto.
Cada um tem os seus motivos sempre! Mas pra mim, pessoalmente, não faria sentido.
Fiquei com pena do Mário. Sempre os últimos a saber...
[E outra: Gabriela, eu quero convidar você pra escrever na coluna do meu blog na próxima quinta-feira. Você aceita?]
Beijos, querida
isso ai é uma bruta sacanagem...
ResponderExcluirto me sentindo meio Bia ultimamente
so q sem o Mário... so tem o Beto...
seus textos são otimos mas vc se supera escrevendo dialogos
ResponderExcluirteu texto me lembrou Dom casmurro
comecei a ler ai odiei a Bia..depois o Beto...
e agora nenhum dos dois.huahuah
Show de bola o post!!! É baseado em história real? Por que parece tão real! Continuo te visitando e espero que continue a me visitar também, ok???
ResponderExcluirAbraços
Ducaaaa!!!
ResponderExcluirAdorei seu blog conheci hj pelo link do PSV.
Parabens!!!
Acho que o Betão vai continuar nessa parada ai até a casa cair....kkk
- Casa quando?
-Sem data!
- Ainda temos tmepo!
Adorei o final, o cara e muito cara de pau...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Bjs e visite meu blog tmb!!!
www.ericssonbarbosa.blogspot.com
Obrigada pela dica do site, Gabriela. Já assinei as newsletter =)
ResponderExcluirSe o livro estiver por aío bobando, leia, leia, leia. É maravilhoso.
Quanto à coluna, tudo bem! Você pode escrever pra primeira quinta de março. Ontem mesmo eu estava pensando que seria uma maldado estabelecer deadline pra alguém em véspera de carnaval.
Até, então!
Beijos
Tenho um selo p vc aki no meu blog:
ResponderExcluirhttp://talesbyvini.blogspot.com/2009/01/selos.html
Obrigada, Marcos!
ResponderExcluir(P.S.: Não estou conseguindo deixar comentários no teu blog)
Abs.
Sexo por sexo é uma delícia, mas adoroooo namorar!
ResponderExcluirNão sei se é fetiche, mas a gente tem mania de meter os pés pelas mãos nesse tipo de assunto. Por que será que a gente é meio esquizofrênico se tratando de relacionamento? De um lado a gente coloca a relação série e responsável ( como sinônimo de coisa chata, maçante e obrogacional) e de outro relações "no sense", sem justificativas, luxuriosas, livres e verdadeiramente prazerosas... Acho que a culpa disso é do Platão, que rachou o mundo em dois lá atrás na história... E afinal, hoje a gente é criado pra ter duas caras: "Na hora de brincar, brincar, na hora de estudar, estudar"... "Na hora de gozar, gozar, na hora de casar, casar"...
ResponderExcluirMas enfim, será que é sempre assim? Não dá pra integrar tudo numa relação só?
Eu realmente adorei o diálogo, a gente vê e ouve isso o tempo todo.
ResponderExcluirParabéns.
;*
a-do-rei!
ResponderExcluir=)